No dia 24 de janeiro, um grupo de
manifestantes protestou em frente à Câmara municipal contra essa arbitrariedade
do prefeito. Nessa data, o grupo conseguiu apenas a promessa de três vereadores,
que solicitariam à empresa Dedo de Deus a retirada da identificação biométrica.
Sobre o aumento, os três afirmaram que é uma ação do executivo (prefeito) e que
eles não poderiam intervir. Falaram, também, da possibilidade de se chamar uma
audiência pública para tratar do transporte na cidade. Conclusão: a empresa não
retirou a identificação biométrica por completo e não foi chamada a audiência
pública.
Cansados de esperar, no dia 19 de
março, nós do MCAP – Movimento Contra o
Aumento da Passagem, formado por alguns dos primeiros manifestantes do dia
24, voltamos à Câmara para um novo protesto que aconteceu reunindo
trabalhadores, estudantes, representantes de sindicatos, militantes de partidos
de esquerda e artistas. Com cartazes, narizes de palhaço e, até, com poema,
cobramos ações mais energéticas do legislativo perante o aumento abusivo da
tarifa de ônibus na cidade, dado durante o recesso da Câmara. Além disso, na
nossa pauta de reivindicações, estava a criação de uma audiência pública para
que sejam expostas todas as questões que envolvem a concessão do transporte
público às empresas de ônibus da cidade, que não é regularizada. Nessa
audiência, queremos também a presença do Ministério Público, dos sindicatos,
das associações de moradores e dos técnicos da Coppetec – UFRJ, que, durante o
estudo sobre a mobilidade urbana da cidade, apontaram uma tarifa que poderia
custar R$ 1,97, contrapondo-se aos dados apresentados pelas empresas para o
reajuste abusivo.
Para piorar a situação da população,
estudantes dos Colégios Estaduais de
Teresópolis tiveram o número de passagens reduzido, dificultando as
atividades extra-escolares, como sua locomoção aos estágios. Além disso, essa
medida forçará que muitos paguem a passagem de R$2,90 (somente no perímetro
urbano!), aumentando, ainda mais, o lucro das empresas de ônibus.
A população já não aguenta mais
tantas perdas e omissões dos governos que por aqui passaram! Por isso, não
queremos o “amor” deles, mas uma administração competente, que melhore as
condições de vida daqueles que vivem na cidade e trabalham para construí-la!
Para além do que foi dito acima, o
MCAP defende:
·
Redução
imediata da passagem para R$1,97, segundo o estudo técnico da Coppetec;
·
Fim
da concessão “vitalícia” e dos segredos contratuais públicos;
·
Municipalização
do transporte público com controle da gestão por técnicos da área, usuários e
trabalhadores do transporte público (motoristas e cobradores);
·
Audiência
Pública para o transporte público, com a presença do MP, dos movimentos
sociais, sindicatos, associações de moradores e técnicos da área.
·
Aumento
e renovação da frota, maior frequência nas linhas da zona rural e da periferia
urbana;
·
Passe
livre para os estudantes para que tenham, também, acesso ao lazer, à
cultura e à profissionalização;
·
Integração
imediata de linhas urbanas e rurais com tempos de até uma hora para realizar
transbordo e três destinos diferentes, pagando só uma passagem;
·
Aceitação
do estudo de Mobilidade Urbana da Coppetec pelo governo.
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